Tertúlia Literária "Um livro, mil leituras"

Quando fui convidada pela Profissional RVCC a participar numa Tertúlia Literária, fiquei bastante curiosa, para ser sincera, nem sabia bem em que é que consistia uma tertúlia. Era mais um desafio deste processo!
Esta Tertúlia envolveu um momento musical, a leitura e discussão/interpretação de um texto de Fernando Namora, em conjunto com uma reflexão sobre a vida e obra deste autor e, finalmente, um quadro dramático, “O silêncio da trovoada”, dinamizado pelas alunas do Curso Técnico de Apoio Psicossocial da Escola Secundária Fernando Namora de Condeixa-a-Nova.
A Profissional RVCC disponibilizou-nos, com alguns dias de antecedência, o texto para lermos e interpretarmos. Efectuei a leitura do texto que era um excerto da obra Retalhos da Vida de um Médico e também procurei saber, através de pesquisa na internet, um pouco da vida e obra deste autor. Fiquei a saber que Fernando Gonçalves Namora nasceu em Condeixa-a-Nova, bem perto do lugar onde resido, a 15 de Abril de 1919 e morreu vítima de cancro em Lisboa, a 31 de Janeiro de 1989. Licenciou-se em Medicina pela Universidade de Coimbra, actividade que exerceu durante muitos anos, na Beira Baixa e no Alentejo, tendo obtido vivências que serviram de inspiração para grande parte do seu texto literário. Este pequeno estudo efectuado permitiu-me participar na Tertúlia de forma activa.
Esta foi, sem dúvida, mais uma experiência interessantíssima promovida no âmbito do processo RVCC e que não queria deixar de partilhar convosco. Na verdade, o processo RVCC tem-me proporcionado novas aprendizagens!
Deixo-vos o texto para que o possam ler e reflectir sobre ele, com o objectivo de podermos, através deste espaço, fazer uma espécie de tertúlia online. Assim deixo uma questão no ar “Qual a razão pela qual as personagens advogado e paciente não têm nome?” Aguardo a vossa opinião…
Texto Fernando Namora

O meu percurso

Mais do que falar sobre o local onde me inscrevi, quando me inscrevi, ou do tempo que leva a conclusão do processo, quero falar sobre as minhas motivações e o que foi para mim este desafio, voltar a estudar depois de tantos anos. A primeira razão que me levou a inscrever, foi o facto de não ter a respectiva escolaridade, mas ao longo do tempo verifiquei que este processo era mais do que isso, era mais do que voltar a estudar para ter “o diploma”. Este processo exigiu muito mais de mim do que esperava. No princípio senti-me um pouco desorientada, hesitante, achei mesmo que talvez não fosse capaz...

Neste aspecto a orientação dos formadores e o apoio da minha família foram muito importantes para mim, graças a eles tive força para continuar.

O processo implica algumas alterações na nossa vida, acrescentar à nossa rotina a disponibilidade para ir às formações e fazer os trabalhos de casa pode ser entendido como um tempo em que abdicamos estar com a nossa família, mas pessoalmente não vejo as coisas desta forma. O tempo em que partilhei as minhas dúvidas, aceitei sugestões e principalmente o tempo que demorei a fazer o meu percurso de vida, permitiu-me revivê-la com a minha família, tive oportunidade de partilhar momentos, que se calhar de outra forma não os partilharia. Tive o prazer de não viver este momento sozinha, o que considero muito importante.

O que ganhei com a conclusão do 9º ano e o que tenho ganho com o processo que está em curso – o processo RVCC Secundário, em termos de valorização pessoal, não tem preço, hoje sinto-me uma pessoa mais rica, muito mais rica.

A apresentação final para conclusão do 9º ano foi dos momentos em que me senti profissionalmente mais realizada, foram muito gratificantes os elogios do júri, foi uma sensação de dever cumprido, a qual não tenho palavras para descrever.

Actualmente, como já referi estou a frequentar o processo RVCC Secundário, o desafio está a ser ainda maior, as dificuldades aumentaram, mas não me falta motivação e o sentimento que prevalece é que, sem dúvida VOU CONSEGUIR.